A brisa friazinha entra de gole no quarto.
Lambe as paredes.
Movimenta suavemente os panos e papéis, remexe os pensamentos.
Faz uma onda, que nem lençol no ar.
Borbulha a poeira e põem tudo em pele eriçada de pêssego...
Ainda de olho fechado acarinho as idéias por entre os dedos e cabelos,
Passo a mão em veludo e vou amanhando a espera do dia.
O povo das presenças mentais é uma turma indisciplinadíssima.
Transbordam da cachola e vazam pela cama, escorrem pelo chão,
algumas até se marolam pelas paredes, as mais impacientes se grudam no teto feito bolhas...
Saem cada mandação para um lado, como se espreitassem que o
corpinho se multiplicasse servilmente às suas ordens.
Olho divertidamente para as afoitas...
Querem passear?
À vontade...
Vou só virar de lado.
Espreguiçar o corpo ainda manhoso, sentir as dobras das
cobertas, alisar os lençóis com as pernas...e sentir o ar borbulhando.
Quanto a vocês?
O de sempre...
Arejem-se, conversem entre si, façam amizade, ou se disputem se quiserem.
Vamos ver que bolhas resistem à força da gravidade de serem
verdades.
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
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